sábado, 31 de outubro de 2015

Cicatrizes

Esse vai ser, provavelmente, o texto mais longo desse blog.
Provavelmente o mais longo que já escrevi e que você já leu,
vindo de mim.

Acho que todos temos algo em comum: cicatrizes.
Pensei em falar sobre processos de cicatrização e regeneração de tecidos
mas plaquetas e coagulação não é o foco desse texto nem desse
blog.

Li em algum lugar que homens com cicatrizes são mais atrantes para
as mulheres, pois remete ao "guerreiro, caçador" e nos torna mais
"homens".

Então sou um dos caras mais atraentes da Terra, presumo.

Li também que as cicatrizes regeneram mais rápido conforme seu metabolismo,
faixa etária, níveis hormonais e nível de células-tronco. Também tem á ver com
carinho que você recebe. Além de fatores como concentração de glóbulos
brancos e vermelhos por ml de sangue e aqui
estou
falando
de
biologia
de novo.

Sempre cicatrizei muito rápido.
Lembro de quando estava á caminho da natação, com algo em torno de dez anos
e caí na metade do percurso.
Ralei o joelho todo e sangrou pra caramba, continuamos.
Nadei com aquela ferida aberta e, quando cheguei em casa, estava completamente
fechada e em menos de três dias já tinha sumido dali.
Não sou o Wolverine, calma. Mas também fizemos um experimento há uns 2 anos
onde me cortei propositalmente com uma faca, enquanto trabalhávamos com
arquivos numa biblioteca e cronometramos quanto tempo demoraria pra parar de
sangrar. Foi algo em torno de 10 minutos.
O que eu quero dizer com tudo isso?
Sempre cicatrizei muito rápido.

O corpo, ao menos.

Há 3 anos conheci uma aquariana, que não chamava mariana e me disse que
preferia não morder, coisa e tal porquê gostava de deixar "marcas na alma"
Essas aquarianas são todas malucas?
Realmente conheci uma pequena que me marcou profundamente e,
hoje quero falar sobre: profundidade.

Quero abordar também um estado chamado de "indiferença".

As marcas na minha alma nunca cicatrizaram, mas sinto que a cada batida
de meus dedos no teclado, menos um demônio habita ao meu redor e, os anjos também.
Nunca tive uma boa relação com nenhum dos dois lados, quem sabe Ele tenha
um lugar especial pra mim (ou não).

O que importa é que esse eu-lírico cansou de superficialidade.
De livros, fictícios ou não, que sempre narram as mesmas histórias.
A minha história é igual a de qualquer um e, ao mesmo tempo, completamente
difente.
Indiferente.

Eu não sei o que te trouxe até aqui, até essas rudes palavras e brutas como
um grande bloco de carvão.
Talvez você, como qualquer outro, veio em busca de um diamante.

Receio que não posso te dar isso.
O que leva alguém a escrever?
Essa dúvida sempre permeou meus sonhos e minha realidade,
mas,
o que mais me assusta é:
o que leva alguém á ler?

Tais mistérios da comunicação só me levam á uma simples e direta resposta:
Identidade.

Muitas vezes, nos identificamos com parte dos sentimentos em algum texto,
em alguma foto e,
nesse momento,
ocorre uma explosão e fluidez de sentimentos que costumo chamar de "evocação"
que,
é só mais um termo da Psicologia.
A musa inspiradora desse blog odeia essa palavra.
Psicologia.
Psicologia.
Psicologia.

Ao som de "os anjos" continuo essa história.

"Indiferença"

substantivo feminino
1.
estado de tranquilidade daquele que não se envolve com as situações; desprendimento.
"via a morte com total i."
2.
falta de interesse, de atenção, de cuidado, de consideração; descaso; desdém.
"i. pela dor alheia"

"Estado de tranquilidade daquele que..."

Como diria um livro antigo:

"Quem procura, acha. Quem pede, é atendido."

Procuro e peço esse "estado de tranquilidade".

Inclusive, aceito as consequências:

"Falta de interesse, de atenção, de cuidado, de consideração; descaso; desdém."

É esse grau de profundidade que quero que esse texto atinja,
que permeie as sensações, assim como as minhas, as tuas:
Leitor (a).

Voltando,

Ia colocar o significado de identidade aqui também mas,
achei inapropriado em relação á sentimentos.

Pois:

Identidade significa equalidade, pariedade, igualidade. Portanto,
é impossível que sentimentos se identifiquem...

Mas, podem parecer.

Será que os seus sentimentos se parecem com os meus?

O que eu quis dizer com tudo isso?
-Escrever, pra mim, é uma forma de fechar as cicatrizes que insisti em manter
abertas.

Hoje ia escrever sobre a superficilidade de quem só bebeu uma cerveja e,
pensou até em ir pra igreja ou sentar numa mesa de bar.
Aquele tipo de história que "acabou o sucrilhos" e "mamãe e papai me dão tudo".
Mas, como qualquer um que me conhece sabe, eu ralo pra ter o que tenho.
Graças á Deus e á minha família nunca passei fome nem frio, mas,
devido á erros meus, já passei os dois. Sei que soa contraditório mas
qualquer jovem que passou uma madrugada na rua deve entender.

Pensei em falar sobre relacionamentos, sobre amor, sobre qualquer outra coisa mas,
parece que já existem muitos textos por aí sobre tudo isso, né?

Espero que, pra você, essa leitura (longa) tenha sido proveitosa em algum
sentido.

Agradeço á quem leu até aqui. :)

-English Version- (In 7 days)

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